quarta-feira, 3 de abril de 2013

Agricultor diz que esposa morreu por falta de oxigênio durante atendimento


Alicia seguia de Ariquemes, RO, para Porto Velho para fazer hemodiálise.
Secretaria de Saúde diz que cilindro de oxigênio é carregado para viagens.

João Batista se emociona ao falar da esposa (Foto: Eliete Marques/G1)

O agricultor João Batista Alves, de 53 anos, fala emocionado da morte da esposa Alicia Rosa da Silva Alves, de 57 anos, que sofreu uma parada cardíaca, dia 27 de março, quando estava a caminho de Porto Velho para realizar hemodiálise, num ônibus da prefeitura de Ariquemes (RO). João Batista conta que o oxigênio que Alicia recebeu, durante o trajeto, acabou antes de ser atendida e que isso pode ter causado a morte. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsau), a paciente chegou com vida no hospital de Candeias do Jamari, distante 20 quilômetros da capital, mas morreu depois de uma hora do atendimento. Secretaria de Saúde diz que cilindro de oxigênio é carregado para viagens.
“O oxigênio que eles levaram era muito pouco. Uma paciente que estava do lado da minha mulher, disse que enquanto tinha oxigênio ela estava bem. Se tivesse mais ela tinha aguentado até chegar a Candeias e poderia ter sobrevivido”, conta o agricultor que é casado com Alicia há 37 anos.
João Batista conta que Alicia fazia hemodiálise há 11 anos. “Ela era uma guerreira, faz muita falta. É uma dor muito grande, como se tivesse arrancado uma banda de mim”, diz emocionado.
Patricia Sonia Souza Leite, acompanhante de uma paciente que estava no ônibus, conta que Alicia teve uma parada cardíaca, recebeu os primeiros socorros de uma técnica em enfermagem que acompanha os pacientes, mas chegou inconsciente ao hospital de Candeias do Jamari. “O oxigênio acabou 10 minutos antes de chegar na unidade. Soubemos que ela foi reanimada, mas sofreu outra parada cardíaca e morreu”, expõe.
Semsau
A secretária municipal de Saúde, Francisca Odalice da Silva, explica que o cilindro de oxigênio sempre está carregado para as viagens, mas admite que o recipiente é pequeno por causa do perigo de explosão. No entanto, Francisca enfatiza que a paciente chegou viva a unidade de saúde de Candeias do Jamari. “Não foi a falta de oxigênio que provocou a morte dela, pois ela chegou viva ao hospital e só morreu depois de uma hora após o atendimento”, explica a secretária.
Em novembro de 2011, os pacientes renais de Ariquemes e região foram transferidos para Porto Velho, após a clínica de nefrologia do município ter sido interditada. Conforme a Semsau, 51 pacientes de Ariquemes e região seguem para Porto Velho três vezes por semana para fazer hemodiálise.
Clínica de Hemodiálise 
A gerente da 4º regional de saúde, Ursula Maria de Mesquita Lima, explica que uma clínica estadual de hemodiálise será implantada e deverá começar a funcionar em Ariquemes neste primeiro semestre. De acordo com Ursula, a clínica terá capacidade para atender cerca de 100 pacientes da região.
“Funcionários já estão sendo capacitados, a aquisição de 20 máquinas está em fase de licitação, e o local onde funcionará a clínica de forma provisória, até que o prédio definitivo seja construído, já está acertado”, ressalta.

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